Inquietação

Hoje estou assim… inquieto, desolado e desiludido, talvez desapontado. Apontando o dedo de forma fria ao centro da questão, dirigindo o meu carro contra o vazio, numa estrada fora de controlo. Na ambiguidade de um percurso ortodoxo, complexo e diferente com aceitações, negações, variações e derivações, curvam com contra curvas, os traços são seguidos, pouco tracejados, definidos e limpos.
Estou com as variáveis da matemática na mesa, a matemática também falha, e não é humana, é apenas números, lógicas, formas formadas, caracteres que alguém lhes deu valor, tal como nós homens humanos (sim existem os que não são), alguém nos dá valor certamente, alguém nos puxa e nos dá aquela chapada, alguém nos leva ali e não queremos voltar.


A minha alma e eu, ou eu e a minha alma estamos em conflito, em estado de morfina para a dor não se passar para fora. Na musica escolho a canção nos livros as letras e na cama a textura e o cheiro. É a poesia de uma droga saudável.


Hoje também me sinto perdido e decidi parar numa qualquer bomba de gasolina, descarreguei os pontos daqueles cartões que para nada servem e dei-lhe uso. Comprei ou troquei por um GPS, talvez para saber onde estou, para onde, e acima de tudo onde quero estar?!


As agulhas que se vêm num palheiro são desenhos em papel, formas desenhadas, não são ilusões, são formas, as tais texturas e até sabem picar os dedos, e a alma!


Estou assim como se diz? Inquieto, pouco quieto mas calado, descalço mas de chinelos… sinto-me sujo mas de alma limpa, coerente e completamente esmagado por mim mesmo.


No lírico cantei ao som do gótico e transformei uma flor numa pomba, procurei na noite e caminhei calçada por calçada, pedradas na cabeça e olhos fechados para nada ver… é a mutação dos meus pensamentos abstractos.


Hoje estou assim… sentado e a ver… a pensar sem sonhos… a realizar sem nada me realizar… estou assim. Aqui ou ali estou!


Até já