. . . Monocromático . . .
A vida é composição monocromática.
Recebemos tanto por tão pouco, negamos uma certeza em função de um desejo, alimentamos o nosso ser por saber o que nada sentimos, julgamos nós
A fase é boa, nunca desejei mais do que tenho.
A “vida ensina-me” e todos nós nada mais, nada menos do que aprendizes. Moldamos e afiamos facas. Criamos no barro e bebemos o vinho. Seco, doce, amargo, tosco ou barroco, somos vinho e deixamos que nos consumam, mas e um dia? Os nossos instintos são selvagens e viramos o radicalismo num momento. Somos doces e amargos. Somos apenas o desejo, a busca, a procura infinita, somos a ambiguidade tamanha. Somos tanto por tão pouco. Somos incrivelmente egoístas. Somos isolados. Somos egoístas mas nunca pensamos em nós.
Limitei-me a pensar em mim, a sonhar comigo, a deitar-me na paz dos meus lençóis, criei e desenhei, pintei e apaguei. Voei, desci a pique e quando estava a milímetros do chão… acordei e relaxei para que o Inverso que me vai entrar seja quente e aconchegado.
Se me perguntarem se estou feliz, obviamente que estou, obviamente sou, não há motivos para não o ser. A vida ensina-me e não me posso negar a aprender o que nada sei e o que tudo julgo saber.
. . . A caminho . . .
Andei por montes e montanhas, rios e mares, e nada encontrei. Limitei-me a viver o meu caminho, a construir o meu castelo, a deixar as ondas abraçarem o meu corpo. Deixei-me ficar e o sol foi. A lua apareceu e ali fiquei.
No sofá, o cigarro companheiro deixou-me de mãos ocupadas, o copo estava meio cheio, meio vazio, a vista não é a melhor, vazia ou cheia. Mas a sensação é boa.
Uma paz imensa, um retiro brilhante. O telefone não tocava, as palavras não surgiam e de calções me vi a sorrir sozinho.
. . . Envolvendo . . .
As mãos ficam unidas, os olhos fecham-se, os amantes dançam num ritual de paz, onde o calor surge no meio de um frio que lhe tocava na alma. O mundo gela, a alma fica com cegueira.
. . . Paz . . .
A PAZ é um estado de sítio. Uma paz de sítio? Sim uma paz de sítio. Procurar essa paz em nós é simples, é certo e certeiro, saberemos onde a buscar em nós. Não me quero alongar na escrita da paz, mas mesmo quando no oceano o veleiro está no meio de uma tempestade, mesmo aí, conseguimos procurar esse sentimento, essa tranquilidade, essa forma de estar e de sorrir para a vida.
. . . Romance . . .
Roma. Romana. Romã. Sabor que Romeu sentiu para Julieta. Romanos de Roma em Romance de Lisboa. Numa boa, me soa o saber de querer.
1 comentário:
Vales ouro... e pagas-me uns belos copos. és desparafusado como-ó canário... MAS amigo sem igual... inconsciente organizado! Bom equilibro de texto!
Marco L.
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