quarta-feira, janeiro 12, 2011

Bloco de notas 22

Caminho num trilho isolado, procuro na noite o sossego de um sorriso e pouco lhe vejo. Na textura da morfina calarei as dores que me fazem gritar. Na forma deformada tento compreender as posições consolidadas a cada segundo, mas passam horas e não as vejo.
O bosque é infinito e nele sigo sem saber que fim lhe encontrara. 
Na verdade que por vezes é uma ilusão, uma mentira, uma encenação, limito-me a mim próprio para que das minhas limitações consiga compreender o que não quero. Na racionalidade do desejo limito-me a ficar á espera para que a espera seja nada mais do que uma espera, e nada além do que quero ou lhe desejo, a alma.
A cegueira constante, e contagiante é como uma cortina que se abre para que depois se feche. É razão é saber, é ficar sossegado sem querer mais do que há, do que tenho. Os sonhos são razão pouco aparente, dissolvem o desejo. Perdem-se no campo deles, fluem para uma nuvem, para que nas nuvens, nessas mesmas nuvens fique uma qualquer forma fluida e não menos abstracta que me cai a cada respirar.
Respirar não é lógica de viver, é razão de existência e nessa tal existência, acontece a experiencia, o querer e o não querer, o ir e não ir.

Caminhos sem ambiguidade, são perspectivas, formas e estados de alma, maneiras e manias de viver, preconceito, muito preconceito, é daí que se que vive, é de toda esta tralha que se vai talhando e desenhando a vida, sem mais não. O tabu é igualmente pensar duas vezes no que se escreve, no que se publica aqui e ali. Não nego o meu pensar duas e três vezes num determinado assunto, mas não evito o que penso e o que me sinto, não evito mesmo, procuro me expandir cada vez mais e cada vez mais me sinto mais maduro, mais apto para encarar a vida e uma sociedade que se mancha com pequenas coisas, e muita merda que se espalha!
As pessoas têm medo de assumir o que vivem.

Por vezes acordo cansado, levanto-me de manhã e pergunto-me - Porquê? - mas a linha da vida assim o deseja, que ande por ali e por aqui, a linha deseja que eu neste preciso momento escreva e tu estejas aí a ler.
Vamos vivendo a vida, sem que em alguns momento de pura lucidez nos passe pela puta da cabeça que isto é uma passagem tão curta, mas tão curta, que cada segundo que passamos e que é "mal aproveitado" é puramente lixo e nada guardamos!

Sou um puro e frio aventureiro, um leal amante do amor, durmo com o amor, vivo como se cada segundo me deixasse de viver a seguir. É-me dificil por momento aceitar com clareza a forma como esta sociedade e as pessoas vivem, presas a barreiras.

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