quinta-feira, outubro 21, 2010

A arte de amar



Na vida aprendemos a arte de amar.
Fazemos desenhos, escrevemos no corpo de uma arvore o amor que representamos, soltamos palavras, saltamos na areia da praia, vemos o mar bruto, abraçamos a razão do amor, cruzamos olhares, respiramos fundo, soamos, sorrimos e choramos a felicidade.
Surge em nós uma certeza – O amor é um poema que o “homem” escreveu. Leu. Releu e nunca compreendeu!
Compreendo o amor na sua plenitude, compreende que amar, é aceitar, é saber entrar, é aceitar sair, é ter a classe de que no momento certo dizer um adeus ou um até já, gosto mais da sua opção!
Sinto-me forte, um bulldozer, uma escavadora que vai trabalhar sem parar.
A vida tem-me dado dores, mas muitas alegrias, tantas que por vezes o nosso foco foge para o lado depressivo. Já superei dores de estar doente, já sofri ausências, já me rasguei de mota, e sempre me levantei e sorri, sempre, mesmo quando a puta da anestesia geral ao acordar me deixou com a maior moca de todas, até aí eu sorria (era do prinperan em miligramas).
Deus deu-me um dom, e eu procuro em mim onde está tal dom, porque sei que eu, tu e todos nós o temos. Acreditar na nossa felicidade é um acto de lealdade para com nós mesmos, na sua constante, na sua plenitude, o amor é algo que supera tudo! Perceber que somos humanos, que falhamos, que amamos e de amor se faz a vida, e a maior bebedeira que apanhei, foi a do amor, foi a consciência a leveza. O amor é difícil, é bonito, mas difícil, mas bom!
Tento sempre ter uma postura positiva. Posso não estar no ponto alto, mas sinto-me feliz, feliz por amar a vida, por ter a capacidade de andar, de ver e ouvir, por ter a capacidade de amar, por sentir que de facto os amigos são de facto um dos meus eixos! Porque não sou companheiros das bezanas, porque não sou o amigo do cigarrinho, porque sou tudo isso mas muito para além disso, também sei que eles, os meus, são aquilo que fazem delas pessoas especialmente especiais.
Um grande amigo ofereceu-me um livro, já lá vão 10 anos, “A vida inteira” de Miguel Esteves Cardoso, na dedicatória que me escreveu dizia-me ele: “o meu menino (carinhosa me chamava), não tem a vida inteira, vive!” – No livro que lhe ofereci escrevi “O meu amigo, não tem a vida inteira, segue-me só até á próxima esquina, pois quando precisares eu irei aparecer numa outra!” – isto foi á 10 anos, tenho o livro comigo, já o li dezenas de vezes, e estranhamente, sempre que abri o livro e li aquela dedicatória, dá-me uma vontade imensa de o ler de novo… Não temos a vida inteira! Temos pedaços dela!
Beijos e abraços

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