quinta-feira, maio 24, 2007

Um arco-íris

A estrada é curta, ao mesmo tempo longa. O céu está com tons de magenta.
Caminho calmamente sobre um chão que foge de mim, olho e nada vejo.
A presença da ausência do que não vejo mas sinto, torna-me indiferente á tempestade que se aproxima na minha direcção!
Um corvo aproxima-se, símbolo da morte de há milhares de anos. Voa calmamente, pousa no meu ombro, deixa uma mensagem que não percebo. Voa sem parar na direcção de um sol escondido. Desaparece como se desfragmentasse em pó preto.
A tempestade cai sobre mim. Fico parado. Vejo o que nada via. O dia transforma-se em noite em segundos.
As gaivotas que chamavam pela tempestade ficam em pó e dão lugar a morcegos.
Sinto a ausência do sabor no vazio. Quero-te aqui. Desejo-te e clamo por ti. Grito como se um guerreiro fosse. A raiva de não te ter aqui neste momento faz de mim um homem de guerras a favor de uma paz clara.
Chegas a meio da tempestade, que morre ali. Aproximas a tua cara ao meu pescoço. Sinto a tua respiração, sinto os teus lábios no meu pescoço, o teu saber no silêncio deixa-me calmo e rico. Sou eu e tu, dois elementos de uma terra suja. Ela aparece a sorrir. Corre na nossa direcção. Com ela traz um arco-íris. É ela, o nosso anjo! Tudo ficou calmo.

Para a minha mulher e filha. Os meus pilares!

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