A alma separou-se do corpo.
Sou um ser sem alma, não existe no meu corpo.
Dizem os especialistas, que somos acompanhados todos os dias por uma qualquer alma que se diz nossa.
Dizem os especialistas que são especiais por sentirem o calor, o frio, o morno da alma… da alma que não tenho.
O acender de um cigarro em dias de chuva fria.
Uma noite quente de dois corpos frios sem alma, quentes de amor e paz.
A cegueira do que não quero ver, o que é mau demais, o prazer do sabor amargo.
A queda brutal, com o levantar perfeito depois da guerra sangrenta.
O sargento que não sabe o que é ordem.
O humanamente desumano, nu, vestido de azul, manchado de sangue magenta.
O podre da sociedade, da hipocrisia machista feminista.
A raiva dos cães lobos que gritam o prazer da dor que a lua lhe oferece quando cheia se apresenta.
O barulho agudo de um ferro num vidro.
O prazer do copo que se parte, os estilhaços que se espetam nas mãos sujas.
A revolta dos que sangram o invisivelmente visível do interior.
O exterior podre do radicalismo.
O radicalismo da sociedade que consome o que lhe apresenta.
O terrorismo sem inicio nem fim.
A verdade crua do que somos… Homens que se dizem sábios, sem sabedoria nem vontade física.
As costas curvadas de tanto peso.
Curva-te perante um deus que não existe. Não te curves, ele não existe.
Ignora-o.
Ignoro-o todos os dias quando viajo de terra em terra.
A podridão de uma morte lenta do homem inteligente, do sábio burro que morre ao nascer gritando por um pedaço de vida melhor que ainda agora começa.
Estamos a apodrecer.
1 comentário:
Estamos a apodrecer... Gosto disto!
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