Viajando sobre nuvens de papel, onde cada passo faz um rasgo, onde cada movimento faz com que sinta aquela pressão no coração… enfim são pedaços de nós que nos roubam todos os dias, sem perdão nem dor.
Sento-me e fico a olhar por um óculo e nada observo, ou nada quero ver. A indiferença, as palavras erradas.
A circunstância abstracta de um dia mal passado, de uma noite acordado. Aquele pesadelo que não tive, mas queria tanto ter.
São palavras que vão saindo das pontas dos meus dedos contra um teclado manchado de trabalho, nunca gratificado pelo máximo que damos, nunca agradecido, nunca louvado, e acima de tudo nunca respeitado.
Ser designado por “mais um”, num mundo carregado de pessoas fracas, sem estatuto humano, sem ética e sem respeito, o mundo que não quero que seja o meu, o mundo que tenho raiva e mete-me nojo, que me apetece manchar. Não o vou fazer, porque tudo o que uns não têm, há sempre alguém que o tem. Penso eu que tenho algo de bom e humano!
Talvez um dia olhe e tire a minha lição, talvez um dia me arrependa de não ter batido na mesa, de ter virado costas… talvez… talvez… a vida é um pedaço como sempre digo. Encarar de frente a falta de respeito é ter respeito, é ter a ética que falta a alguns, é saber voar e sonhar, é alimentar o nosso interior…
São uns merdas! Moralistas sem moral! Palavras escritas e ditas que não são seguidas, caminhos pisados. Cansado!
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